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Dark-Fenix

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04
Out13

Breaking Bad - Felina (Series Finale)

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Finalizar uma série é sempre complicado, a começar pela pergunta deve-se finalizar em aberto ou fechar todas as pontas soltas? Ou deve-se terminar com uma metáfora? Qual o melhor, o que se deve fazer e principalmente como fazer? Cada caso é um caso e concordo plenamente com a interpretação do Vince Gilligan no especial “Talking Bad”, exibido após o episódio final, onde ele comenta que o final de Sopranos foi perfeito para a série (ok aqui não posso dar uma opinião final, já que não vi Sopranos, mas dentro do pouco que vi e do que conheço da série esse final em aberto até faz sentido), mas que no caso de Breaking Bad não seria a melhor solução, Vince Gilligan cria um final fechado, com todas as pontas soltas sendo respondidas e acredito que era isso que todos os fãs queriam.

 

Até porque se fosse para ter um final em aberto, ou qualquer outra coisa que não um final certinho, teria acontecido no episódio 5.13 (To'hajiilee), esse seria o final ao estilo de Sopranos e nem seria um mau final, mas também não seria o final certo para Breaking Bad. Um outro final possível, mas na minha opinião pior do que se tivesse terminado no “To'hajiilee”, seria o episódio seguinte “Ozymandias”, que sem dúvida alguma é o melhor episódio da série, é o climax de tudo o que a série apresentou ao longo dos seus 6 anos, mas ainda seria um final em aberto, com muita coisa por responder. Algo que, novamente, como o Vince Gilligan comentou não seria o final ideal para Breaking Bad.

 

E foi a partir desse principio que surgiram os dois últimos episódios da série, primeiro Granite State que prepara o espectador para o final e serve também para arrefecer os ânimos entre o melhor episódio da série e o seu final, ali tudo fica alinhado para o inevitável final, tendo o seu momento alto na conversa do Walt com o seu filho, onde Walt percebe que tudo o que fez foi em vão, isto claro até ver os seus dois antigos amigos na televisão, dando provavelmente o único twist da série nos dois últimos episódios.

 

 

 

O segundo, e último, chama-se Felina, um episódio que marca acima de tudo por mostrar o que o espectador queria ver e o que a série tinha planeado desde o seu início, tirando o twist envolvendo os seus ex amigos, tudo o resto foi feito para fechar as pontas soltas e sem grandes surpresas. Se pensar-se bem os principais adversários do Walt no último episódio nem por isso tem grande importância para a história como um todo (Todd, Lydia e os nazis apareceram apenas na última temporada), não porque a séria decidiu mudar de rumo (como Dexter fez), mas sim porque o climax da série foi em Ozymandias, com a morte do Hank. Aí foi o final da séria, mas ainda se precisava dos extras e é para isso que estes dois últimos episódios serviram, para ter a certeza do que aconteceria com os tão incógnitos personagens.

 

Ao contrário do que pensava o Heisenberg não foi o que se levantou depois de ver o Hank morrer, mas sim o que caiu de vez, o que se levantou foi um Walt completamente despedaçado, que só cometeu erros atrás de erros, que por muitos motivos alheios a ele próprio criou uma enorme bola de neve e que já não consegue convencer ninguém da sua inocência. Por isso o ponto alto do último episódio, e quem sabe mesmo de toda a série, é o momento que pela primeira vez Walt deixa-se de fazer de vitima, ou por outras palavras deixa de desculpar os seus actos com o bem-estar da família e fala que tudo o que fez foi por ele próprio. Uma das poucas vezes que o Walt foi honesto durante a série e o final não seria o mesmo se ele não tivesse dito isso, que no fundo toda a gente sabia, até ele mesmo, mas que teimava em se desculpar.

 

 

O Jesse sempre teve o seu final feliz (ou não, Jesse foi o que teve o final mais em aberto), conseguindo-se finalmente livrar de tudo e de todos que ao longo da série o usaram, fisicamente livrou-se do Todd (numa excelente cena), mas principalmente livrou-se mentalmente do Walt e pela primeira vez na série está livre para fazer o que quiser. O futuro é só dele e não tem ninguém para o impedir, até porque tirando os polícias, que sempre estarão atrás do parceiro do Heisenberg, todos os outros estão mortos. E numa cena algo engraçada, cheia de simbolismos e tudo o mais que se possa pensar ele se liberta e foge de carro para o além. O mais engraçado de pensar é que o próximo filme do Aaron Paul é a versão cinematográfica da franquia Need for Speed. Despede-se de Breaking Bad de carro e começa a sua aventura pelo cinema também de carro, em mais um daqueles eastereggs surpreendentes se tiverem sido apenas coincidência.

 

Pouco se viu do resto dos personagens, a Marie teve apenas uma pequena participação pelo telefone, a Holly desta vez não roubou a cena. O Flynn também apareceu em apenas uma rápida cena, mas uma cena marcante, com o Walt vendo que a família nunca se lembrará dele pelos motivos que gostaria. Ainda se teve tempo para rever os amigos do Jesse, mostrando que não mudaram nada. O Saul não apareceu, mas também já se tinha despedido na semana passada, e claro para o ano irá protagonizar a nova série da AMC, logo também não seria um verdadeiro adeus. Quem também não apareceu foi o Huell, a única ponta solta que a série não fechou, será que ainda está à espera?


 

Fiquei surpreso, e sinceramente não pela positiva, ao saber que a ricina iria ser para a Lydia, ela tornou-se numa personagem bem melhor que esperava, mas mesmo assim com todas as voltas que a ricina deu ao longo da série acaba sendo uma ligeira desilusão saber que afinal foi a Lydia que acabou sendo morta dessa forma. De qualquer maneira fechou duas pontas soltas, a Ricina e a Lydia.

 

Os nazis foram os últimos a cair, com o Walt matando o Jack da mesma maneira que o Jack matou o Hank, e com o Jesse matando o Todd com as suas próprias correntes. Foi o último sabor de vitória da dupla, principalmente para Jesse que como já referi várias vezes finalmente se liberta, já para Walt não houve realmente um sabor das vitórias, apenas uma forma de redenção, vingando o Hank e fechando as pontas soltas para poder morrer em paz.

 

 

"Live free or die", foi o título escolhido para o primeiro episódio da 5ª temporada, Jesse fugiu e Walt morreu. Os que tinham de morrer morreram e os que tinham de ficar vivos ficaram a viver a vida apesar de todos os problemas que sofreram à custa do Walt, ninguém ganhou, nem mesmo o Jesse e chega a ser curioso que no final provavelmente o que ficou mais feliz foi o próprio Walt, que depois de ver que tinha conseguido deixar dinheiros para a família e ver que ninguém iria continuar o legado do Heinseberg pode morrer em paz. Uma paz de espirito irónica e poética, morrendo onde foi mais feliz, perto do seu "Precious", do seu "Baby Blue".

 

PS: Breaking Bad bateu todos os recordes de audiência no seu último episódio e tenho (quase) certeza que se tivesse mais uma temporada iria ultrapassar os recordes de Walking Dead e bater de frente como as séries mais populares da televisão aberta americana. Qualidade sempre será recompensada se lhe deixarem ter oportunidade para isso, muitas vezes os canais/estúdios optam por histórias clichés porque é isso que vende, mas muitas vezes se simplesmente deixarem os roteiristas fazerem o seu trabalho irão ser recompensados e em dose dupla. Só espero que o Vince Gilligan tenha essa liberdade nos seus próximos trabalhos. Ao ver o episódio em directo não parava de pensar, quando a série ia para intervalo, o quanto aqueles comerciais estavam a ser pagos a peso de ouro e uns dias depois acabei sabendo que cada 30 segundos de publicidade valia 300-400 mil dólares.

 

PS2: Para mais easter eggs da série cliquem aqui.

 

 

PS3: Video onde os actores e produtores agradecem aos fãs.

2 comentários

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    Dark-Fenix 11.10.2013

    É uma série bem rápida de assistir, o carisma e a maneira como a história é contada faz com que o espectador sinta a necessidade de assistir logo de seguida um novo episódio. Por agora (e acho que por muito tempo) é a melhor série que já assisti.

    E sem dúvida já deixou saudades.
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