Opinião Semanal 72 - Volta a Espanha
Não tive tempo de comentar o excelente desempenho de Chris Froome (e também do português Rui Costa) na volta à França em bicicleta, mas fica aqui um pequeno parabéns a Chris Horner, vencedor da volta à Espanha, mas mais que isso a demonstração de que o talento não tem idades, com 41 anos de idade deu um completo baile a todos os seus adversários de 20-30 anos. Claramente o mais forte da prova e a diferença só não foi maior porque o Nibali é forte nos contrarrelógios.
Antes de passar ao post, voltei a colocar o post por ordem do pior para o melhor, acabei pensando melhor e decidi voltar à maneira que melhor funcionou, lá ver como corre. Essa mudança serve para as 3 categorias do post, mas principalmente para mangas e séries, já que filmes a princípio não deve passar de 3-4 filmes por semana.
Espaço Mangas
Ainda não tive tempo de ler Beelzebub, AC e companhia, mas nesta semana ainda entram dois mangas que não tinha comentado desde a volta do blog, Cromartie Highschool e Arslan Senki. Além desses os habituais, One Piece, Naruto, Kuroko, Bleach, Jako e Fairy Tail. Antes de passar ao post, adiantar que foi oficializado que o jogo contra o Akashi será o final de Kuroko no Basket, é uma excelente notícia saber que o mangaka não irá esticar a história por tempo indefinido apenas pela sua alta popularidade, por outro lado deixa-me bem preocupado com o jogo em si, que tem tudo para ser bem exagerado.
9ºBleach 548 (Kubo sendo o Kubo, entendam como quiserem):
Só quero dizer que vou seguir o meu próprio conselho e colocar Bleach em hiatos por tempo indefinido, dessa maneira pode ser que quando voltar a ler tudo fluía melhor.
PS: É que nem uma página boa para colocar no post.
8ºFairy Tail 351 (Razoável):
O objectivo principal deste capítulo foi terminar as pontas soltas que o autor criou neste início de arco, para partir para o que realmente importa, o que fez a vila ser congelada, por isso o capítulo funcionou. Afinal sempre é melhor despachar tudo logo em vez de enrolar com algo que não levará a lado nenhum. Curioso para saber o que irá acontecer, mas com muito receio desse último quadro destacando a Wendy, foi desde que ela apareceu na história que o manga começou a cair a pique em termos de qualidade e não sei porquê fiquei com a ideia que o mesmo iria acontecer agora.
7ºArslan Senki 2 (Razoável):
O manga segue o mesmo rumo do primeiro capítulo, ao qual comentei no post de primeiras impressões, vê-se algumas mudanças na personalidade do protagonista, intelectualmente mais inteligente, mas a nível físico contínua tudo na mesma, visto como fraco e sem qualquer respeito do povo ou do seu pai, a autora também decidiu não mudar o personagem, deixando-o praticamente igual ao Edward Elric, o que para a obra não é bom, mas para os bolsos da Arakawa mal não faz, principalmente se o manga se tornar o novo Juushin Enbu.
A história também contínua previsível, esteve claro durante todo o capítulo que eles iriam levar uma derrota feia, os personagens de modo geral também continuam sem conseguir sair do que se espera à partida deles, fazendo com que a até esta altura Arslan Senki seja o típico “mais do mesmo”. O que pode movimentar as coisas é o final do capítulo, resta esperar para ver se realmente acontece.
6ºOne Piece 721 (Razoável):
A história de capas está-se a tornar interessante novamente, agora resta esperar que também possa ter alguma influência na história principal, Kaidou ou X-Drake, algum deles tem de aparecer, ou pelo menos sem mencionado. Li por aí e acabei concordando, que no futuro, não propriamente a próxima, uma das histórias de capas será com o Chinjao em destaque e na sua volta ao continente gelado para ir buscar o seu tesouro, o curioso é que se isso realmente acontecer há altas probabilidades dessa história de capas ser mais interessante que a sua participação no manga em si, esperar para ver.
Antes de mais há algo importante a frisar, não gosto da Rebbeca e este capítulo só deixou toda a situação ainda pior. Além do que comentei na semana passada envolvendo o aspecto feminino em One Piece, nesta semana ainda tenho de acrescentar que por menos destaque que as personagens femininas tenham na obra há uma coisa que não muda, o seu destaque no arco. Nami, Vivi, Robin, Fracoshi e a Rebbeca para falar as principais, depois ainda se poderia dizer por exemplo de Boa Hancook, a amiga do Ussop, aquela de Skypia que me esqueci o nome, entre outras de menor destaque, todas elas foram o centro, ou um dos gatilhos para o Luffy ir atrás dos vilões. Isso ainda se torna mais irritante, para mim pelo menos, quando no que toca às 5 principais que comentei, duas entraram para o bando e as outras 3 são princesas, a sério Oda, havia real necessidade da Rebbeca ter toda essa importância?
Acho que não e tendo em conta a já alta cota de princesas que o Luffy esbarra no caminho torna tudo bem ridículo, porque vale lembrar que a própria Boa Hancook também entra no grupo real, logo torna no mínimo 4, sendo que a única que o encontro não é mero acaso do destino é a Fracoshi, ironicamente a mais fraca (não propriamente no sentido de força) das 4. Confesso que também não gostei da Vivi inicialmente, mas a sua construção foi bem-feita e consistente e no final deu azo a um dos melhores momentos de One Piece, a sua despedida. No caso da Rebbeca o Oda simplesmente já joga tudo de caras e quer por tudo em prática de um momento para o outro, com um flashback no meio para ver se tudo encaixa, se calhar faltava aquele tempo que a Vivi teve no bando para tornar tudo menos conveniente, mas aí entraria o que já comentei anteriormente, tanto na ilha dos tritões como em Punk Hazard, de que a primeira saga dos mugiwaras no Novo Mundo deveria ser uma cópia quase exacta da saga de Alabasta, a começar na ilha dos tritões. Resumindo que já me alonguei em demasia, até ao momento a Rebbeca não me convenceu e de longe acho o maior erro do Oda nesta saga, ao contrário de todas as outras reciclagens de ideias que o Oda aproveitou neste arco, sem dúvida a da princesa é a mais puxada, mas como disse também não gostei da Vivi inicialmente, então sempre há a possibilidade de mudar de ideias no futuro, mas o mais certo é em vez de ser a Vivi 2.0 ser a Fracoshi 2.0.
Algo que já estava claro há um bom tempo, mas que ficou mais do que evidente neste capítulo, é que Dessrosa é uma Alabasta 2.0, mas com uma diferença gigante, enquanto em Alabasta o Crocodile queria governar, em Dessrosa o DoFlamingo já governa, criando desse país a sua utopia pessoal, o que digamos ainda aumentar mais a qualidade do personagem. Tendo em conta o flashback parece que os brinquedos só apareceram depois da chegada do Flamingo, algo que já era meio esperado, e com isso parece que o Soldado parece ter alguma relação com a Rebbeca, o avô ou o pai?
Flashbacks sempre foram um dos maiores pontos positivos de One Piece e um dos fortes do Oda, tanto que muitos dos melhores momentos do manga são em flashbacks, mas da mesma maneira que a qualidade do manga caiu após o time-skip, também os flashbacks seguiram o mesmo caminho (no caso até foi antes do time-skip, o flashback do Luffy foi bem abaixo do esperado), só que agora com Dessrosa a qualidade do manga voltou a aumentar consideravelmente, já no que retrata os flashbacks em particular acho que o Oda ainda não conseguiu voltar ao mesmo nível de maestria dos outros tempos. Não estou por isto a dizer que tenha sido horrível ou algo que se pareça, bem pelo contrário, mas não me cativou como antigamente o Oda fazia, de qualquer maneira aqui também pode entrar o facto de eu não gostar da Rebbeca.
Apesar da Rebbeca até ao momento ainda não me ter convencido, a última página ficou muito bem e explicou alguns pormenores que estavam bem difíceis de engolir (como ela sofrer bullying de um random que apareceu no início do torneio) e tendo em conta o que foi contado no flashback foi uma boa mudança na trama, porque acredito que todos pensavam que ela era uma espécie de heroína no coliseu e não a pessoa mais odiada de Dessrosa. Só teria sido melhor se o Oda tivesse deixado mais espaço na página para a entrada no coliseu, de qualquer maneira percebi a ideia.
Por fim, está certo que é o DoFlamingo e até combina com o personagem não se preocupar com a neta do antigo rei de Dessrosa andar à solta, mas mesmo assim soa conveniente, o que se torna pior caso o soldado seja alguém da família dela e o Flamingo saiba disso. Concluindo foi um bom capítulo, mas essa Rebbeca não me convence, de maneira alguma.
5ºJako 8 (Razoável):
O manga continua no mesmo clima, não está mau, mas também não convence. Mas o pior nem é isso, porque isso passaria bem despercebido, ou com pouco foco, caso o manga seguisse as regras básicas, mas com número limitado de capítulos e, mais que isso, com esse número bem próximo, é estranho ver como a história parece não sair do sítio. Além disso este provavelmente foi o capítulo com mais cenas convenientes.
4ºNaruto 646 (Bom):
O capítulo tem tudo para ser o início de uma excelente sequência em Naruto, finalmente explicou o que está escrito na tábua dos Uchihas e o jutsu final foi posto em prática. A história da criação dos shinobis e do chakra tem o seu lado de exagero, mas de modo coerente com o que foi apresentado até agora e tendo em conta que é um passado distante e o início da criação, esse lado exagerado até soa bem dentro dos parâmetros habituais dos shounens. Só achei meio ridículo, mas nem por isso inconsistente com o que o Kishimoto teima em apresentar, aquela flor que vai desabrochar ter um Sharigan em vez de um Rinnegan, mas o Kishimoto já deixou claro que o Sharigan é bem mais importante que o Rinnegan.
Importante a participação do Sarutobi no capítulo, é que até já me tinha esquecido dele dado a sua ausência, ou pouca importância para a história, desde que foi ressuscitado. Pensava que o jutsu nunca viria a ser utilizado, o que tornaria toda a cena do Obito praticamente sem importância para a história, mas sem dúvida desta forma será melhor, até porque valida os anteriores capítulos, agora resta esperar para ver o que saí desse desabrochar.
3ºCromartie High School Volume 1 (Muito Bom):
Cromartie continua no bom nível de sempre e como a Aquaria Scanlator lançou o volume 1 completo decide comentar como se também fosse o volume completo, por isso o “muito bom” à frente. Mas para falar a verdade não tenho nada de especial para comentar, então fica aqui a recomendação, novamente, do manga, principalmente para quem gosta de um bom gag manga às antigas.
2ºToriko 249 (Muito Bom):
Comentário bem-parecido com o da semana passada, o hype aumenta, desta vez com o Midora saindo por cima e continuo não gostando desses ataques de língua do Midora.
1ºKuroko no Basket Arco Teikou (Excelente):
Um dos maiores defeitos de Kuroko no Basket sempre foi a falta de trama fora das quadras e principalmente trama fora de tudo o que envolva o basquetebol, não seria injusto dizer que o autor não focou em mais do que 5 capítulos (não estou contando com os que maioritariamente são virados para comida) nesse sentido ao longo do manga. Por isso estava bem curioso para saber qual o resultado final deste arco, onde o foco seriam os personagens e não o jogo, e não é que o autor me surpreendeu. Melhor Arco do manga e sem dúvida alguma com o autor dando boas indicações para o futuro.
O que tenho a destacar primeiro é sem dúvida alguma a relação entre os 6 membros da Geração dos Milagres, tanto na primeira fase como na segunda, tudo feito de uma forma excelente, algo que pessoalmente nunca pensei que o autor fosse capaz de fazer. E não tenho qualquer dúvida em dizer que em 5-10 capítulos do arco já achava uma equipa mais unida e melhor trabalhada do que Seirin foi ao longo de todos os capítulos do manga, claro que isso se deve a uma óbvia maior atenção dada aos personagens, mas a verdade é que a Geração dos Milagres foi mais equipa neste flashback do que Seirin ao longo do manga inteiro. Também algo que se viu neste flashback e que não se tinha visto no manga até ao momento foi o lado humano do Kuroko, parece que ao fim de mais de 200 capítulos finalmente se ficou a saber algo sobre o protagonista.
E estou a falar disto tanto para a primeira metade como para a segunda do flashback, porque para uma equipa ser bem trabalhada não indica ser apenas nos bons momentos, na verdade vê-se isso principalmente nos maus momentos e foi exactamente isso que foi a segunda metade do flashback, a equipa a desmoronar e o Kuroko sem conseguir fazer nada. E apesar do claro exagero, habitual em Kuroko no Basket, a mudança foi muito bem-feita e já agora de maneira consistente, não foi de um momento para o outro, foi construída passo a passo e essa calma do autor, sem querer dar passos maior que a perna, novamente, me surpreende.
E até nos pormenores o autor se destaca, por exemplo no momento que o Akashi desperta o poder, quem poderia ser o personagem ideal para levar uma completa abada do capitão? O Midorima não faria sentido, já que é o mais próximo do Akashi, o Kise também não, já que era claro que ele era o mais fraco do grupo e o Aomine por mais que tenha sido o primeiro a ser eliminado no torneio de Inverno tem uma imagem a manter, por isso sobrava o Murasakibara, forte o suficiente para se comparar ao Aomine, mas sem importância o suficiente para se livrar de ser derrotado.
Por outro lado há 2 coisas que não foram tão bem conseguidas, novamente o ex-membro da Geração dos Milagres, o autor caiu no erro de o apresentar anteriormente e no flashback não poderia de deixar de menciona-lo. Tendo em conta o erro cometido inicialmente a resolução até nem foi má, mas novamente fica aquela ideia que a sua saída da equipa foi apressada e injusta. O segundo aspecto é que infelizmente a situação envolvendo o Akashi não mudou, na verdade diria que até piorou, ele já era exagerado em demasia e agora ainda ficou pior com a ideia de que afinal pode ser que só tenha mostrado 50% do seu potencial, lá ver como o autor irá de desenrascar disso.
E praticamente é isso, flashback excelente, mostrando uma face de Kuroko no Basket até agora escondida, que gostaria de dizer que seria o presságio para um final de manga, ou pelo menos de torneio excelente, mas com a situação do Akashi tenho as minhas dúvidas. Dito isto só espero que ou o mangaka se foque mais no lado pessoal dos personagens no seu futuro manga, porque apesar de estar longe de ser um génio nesse aspecto, mostrou muito boas capacidades neste flashback.
Espaço Séries
Esta semana além das 3 séries já habituais, Under the Dome, Dexter e Breaking Bad, adiciono também Big School, comédia britânica, e como tudo o que saí do país da Rainha é uma série curta e recheada de humor negro, ou pelos menos politicamente incorrecto, por ser uma série curta optei por não fazer um post de primeiras impressões colocando logo a série neste espaço semanal.
4ºDexter 1.10 (Fraco):
Se este não é o pior episódio da série não deve estar muito longe. Não é que queira a todos os custos que o Dexter tenha um final triste, ele até pode ter um final feliz e viver uma vida normal com a Hannah na Argentina, a este ponto do campeonato já nem exijo tanto, mas uma coisa é impossível escapar, o Dexter tem de ser descoberto. Não consigo pensar que acompanhei 8 temporadas (ia dizer anos, mas na verdade não faz nem 5 meses que comecei a assistir à série) esperando sempre pelo momento em que ele iria ser descoberto e no final o momento em que isso esteve mais perto de acontecer foi na segunda temporada (que já na altura que a assisti sempre a vi como a temporada final ideal).
Faltam 2 episódios, além deste, e não vejo nenhum bom futuro para a série, já para o Dexter ficaria surpreso se realmente acontecesse algo que fizesse ser descoberto, porque sejamos sinceros, se acontecesse também seria bem incoerente, como ele seria descoberto? O vilão desta temporada é, de longe, o mais fraco de toda a série, na polícia até o Quinn já nem liga para o Dexter, os poucos que suspeitavam dele estão mortos, não tem inimigos dignos do personagem e os que conhecem o segredo só querem o melhor para ele. A única solução que veria seria aquele ex-chefe da Deb, mas seria bem anti-climático ser um personagem que tem importância zero para a história descobrir sobre o Dexter. Nesse aspecto até mais-valia que fosse o próprio Masuka, num erro de laboratório irónico.
Eu adoraria fazer aqui uma boa review sobre o episódio, elogiar até não poder mais sobre esta última temporada, mas quando se pensa que a série tem como se enterrar mais, os roteiristas não tardam em provar que os fãs estão errados e, que sim, conseguem fazer pior. Enquanto Breaking Bad guarda os seus últimos episódios para tratar de mostrar ao mundo quem é Walter White, os roteiristas de Dexter tentam esconder do mundo quem é Dexter Morgan, algo simplesmente inaceitável para uma última temporada, onde está a aquela tensão da segunda temporada?
Para concluir, eu adoraria ver um spin-off da série centrado na Debra Morgan, mas da maneira como isto está até tenho medo do que viria nessa série, quem sabe também conseguissem estragar com a única personagem até ao momento que ainda tem o mínimo de coerência. Já lá se vão os bons tempos das primeiras temporadas, quando a série tinha como vilão o irmão do Dexter, um colega de trabalho, o melhor amigo e o maior serial killer de sempre, também bons tempos onde o Dexter era um bom personagem, com pés e cabeça e com uma personalidade dúbia, hoje em dia isso acabou-se e o que se vê é claramente um Dexter instável, que parece que perdeu as suas qualidades e sobretudo um Dexter herói, os roteiristas nem tentam deixar a dúvida no ar, para eles o Dexter é sem dúvida um herói, algo impensável de resolver de uma forma tão simples. Dexter nunca foi, ou pelo menos até à 4ª temporada nunca tinha sido, uma série onde a resposta é um simples sim ou não, Dexter não é um herói e Dexter não é um vilão, é algo no meio, independentemente para que lado a moral de cada um aponta.
3ºUnder the Dome 1.12 (Mau):
A série está naquele habitual efeito bola de neve, já teve tantos erros e tantas más decisões que agora torna-se difícil engolir seja o que for que os roteiristas façam. Este provavelmente nem foi dos piores episódios, mas enquanto no início/meio da série ainda havia algum espaço de manobra agora qualquer coisa já é motivo para criticar. Isto também não quer dizer que as críticas são grátis, porque a série não perde oportunidades para dar motivos para ser criticada.
Criticas essas que iria enumerar aqui, mas em vez disso irei deixar este post aqui que resume muito bem a minha opinião sobre este episódio, como também da série. Agora resta esperar pelo último episódio da temporada e que compense tudo o que tem sido esta temporada, ou melhor, se não for o pior episódio da temporada já é lucro.
2ºBig School 1.01 (Bom):
A série chamou-me a atenção pela protagonista, que anteriormente já fez de Donna Noble em Doctor Who, uma das minhas personagens favoritas da série, juntando isso ao facto que comédias britânicas raramente desiludem e mesmo que o façam são sempre curtas, apenas 6 episódios, decidi acompanhar. Até ao momento já saíram 4 dos 6 episódios que compõe a primeira temporada, mas ainda só vi um, não me convenceu instantaneamente como Bad Education (uma comédia britânica que também se passa numa escola), mas deixou boas impressões.
O que chama atenção em Big School é que se foca principalmente nos professores, deixando os alunos apenas como figurantes, nos próximos episódios a série até pode provar que eu esteja errado, mas muito provavelmente os alunos continuaram a ser figurantes, deixando essa relação alunosxprofessores de lado. E esse foi o principal motivo da série não ter-me convencido igual Bad Education, seja como for se os próximos episódios estiverem ao nível do primeiro, terá uma boa temporada de estreia.
Para finalizar, de destacar que no início de cada episódio há sempre um pequeno experimento químico, sempre cómico.
1ºBreaking Bad 2.13 (Épico):
Puta Que Pariu!
O que comentar depois de ver este episódio? O que comentar depois de apreciar tamanho espetáculo? O que comentar depois daqueles últimos 20 minutos altíssima tensão? Provavelmente o melhor a fazer é apenas sentar-se e apreciar, mas tenho de partilhar. Além deste faltam apenas mais 3 episódios e a continuar assim Breaking Bad irá subir muito a fasquia no que diz respeito a televisão de qualidade, não, sejamos sinceros, vai subir bastante a fasquia no que diz respeito a Entretenimento de qualidade.
Mas deixando isso para daqui a 3 semanas se decidir, que episódio fantástico, algo que diferencia Breaking Bad de 90% das melhores séries de sempre é a sua maneira de balancear entre comédia e drama, tensão e alivio cómico. Isso torna-se claro neste episódio que alguns pormenores, como a cena inicial entre o Todd e a Lydia e os seus momentos “amorosos”, ou naquela cena genial envolvendo o Huell. Mas o grande momento do episódio é toda aquela cena final, 20 minutos de alta tensão, desde o desespero do Walter, passando pela conversa ao telefone onde o Walter desabafa tudo, pela chegada ao deserto e com ele descobrindo que foi totalmente engando, pela maneira como descobre o envolvimento do Hank em toda aquela situação, a maneira como se decide entregar, a conversa entre Hank e Marie ao telefone, a chegada da família do Todd, toda a tensão no ar e o tiroteio, culimando num final de episódio em aberto, para o público ser obrigado a esperar uma semana para conhecer o desfecho.
Ao contrário de Dexter onde o personagem está completamente desfeito por culpa do roteiro, em Breaking Bad, Walter White está desfeito porque chegou ao ponto onde se entregar é a melhor solução para salvar todas as pessoas com quem ele se preocupa. Total desespero numa situação onde é impossível sair ganhando, porque independentemente de quem sair vivo dali, o maior perdedor será sempre o Walt. Perder o dinheiro, perder o amigo que é quase família, perder o cunhado, perder a própria família, o Walt só perde e uma coisa é certa ninguém irá sair ganhando daquela situação, nem mesmo os nazistas caso ganhem.
Apesar de ter comentado acima tenho de destacar o provável ponto alto do episódio, a conversa entre Hank e Marie, foi tão verdadeira, tão sincera que até assusta pensar que se trata de um produto de ficção, um alívio tão grande que quebrou qualquer barreira entre televisão e espectador, aquele foi o momento em que o herói ganha, apenas para perceber segundos depois que tudo pode não servir para nada. Tudo indica também que servirá de despedida do personagem tanto para a sua mulher como para o público, chegou tão perto, mas provavelmente será a primeira grande baixa deste final de série alucinante e a pergunta que fica caso isso aconteça é “e agora?”.
E ainda há mais uma variável que não pode ser esquecida, a Skylar passou tanto ao lado deste episódio que duvido que isso tenha sido uma coincidência. Até pode ser que ela esteja realmente do lado do Walter, mas da maneira como a história está indo não duvidaria nada que eles acabassem de dois lados diferentes e isso seria o fim do poço para o Walter.
Para concluir este episódio só não foi perfeito porque aquele início de tiroteio foi bem ridículo, era impossível o Hank e o Gomez terem saído daquela situação e começar o tiroteio, apesar disso o episódio andou e finalizou daquela espetacular maneira.
Espaço Cinema
Esta semana só vi um filme, mas em compensação foi um excelente filme. Gaiola Dourada, um filme francês, mas praticamente composto por portugueses, desde o realizador, aos actores principais, passando pelo compositor. Apesar de vir sozinho neste semana, é o melhor dos 4 filmes que comentei até ao momento.
1ºGaiola Dourada (Excelente):
Uma das maiores surpresas do ano, senão mesmo a maior, já esperava um bom filme, todas as criticas que li eram bastante positivas, mas nunca esperei gostar tanto do filme como gostei e muito menos terminar de assistir tão satisfeito, com um enorme sorriso no rosto. De modo geral a Gaiola Dourada é uma típica comédia romântica americana, mas com algumas diferenças cruciais, o enorme carisma e a maneira como são utilizados os clichés, enquanto nessas comédias românticas americanas os clichés são usados porque não há inspiração para mais, em a Gaiola Dourada esses clichés foram usados de propósito, para fazer uma paródia de toda a situação.
O filme em si já é muito bom, mas para os portugueses (e para alguns franceses) o filme ganha um destaque especial, porque se sente que o filme foi feito exactamente para o público, e com isso é quase impossível sendo português simplesmente não adorar este filme. Tão simples, mas que ao mesmo tempo consegue passar a mensagem pretendida, mostrar ao mundo uma família portuguesa, mas principalmente a cultura portuguesa. Não é à toa que em momento de crise e com os cinemas com preços altíssimos, este tenha sido o filme mais visto em Portugal do ano e que a princípio ainda irá aumentar esses números. Não é apenas um filme sobre Portugal, é acima de tudo um excelente filme sobre Portugal.
Também dizer que o filme não se leva a sério, e isso quando bem feito fica sempre genial, [Spoiler parcial] o momento que mais destaca isso é a aparição do Pedro Pauleta no filme, ele tinha de aparecer, afinal é um dos exemplos mais fortes de portugueses que foram para França, mas como não lhe conseguiram encaixar na história (se é que tentaram), simplesmente jogaram no filme, fazendo uma participação especial bem breve e com o único intuito de finalizar a história deixando o espectador ainda com um maior sorriso no rosto. E digo sem dúvida alguma, se ele tivesse sido encaixado na história de forma linear provavelmente a cena não teria tido tanta graça e nem teria sido tão bem conseguida.[fim de spoiler parcial]
Por fim, um último destaque a Ruben Alves, o realizador e argumentista do filme. Gaiola Dourada me surpreendeu, mas a maior surpresa sem dúvida foi a qualidade apresenta por Ruben Alves como realizador, tendo em conta que este era o seu primeiro filme de longa duração é algo extraordinário. Desde o argumento aos ângulos que ele usou para passar as ideias do filme, tudo saiu muito melhor do que alguém poderia imaginar e se ele conseguir ter bons apoios e escolher os filmes certos pode ter um grande futuro.
PS: Estava no imdb para confirmar algumas coisas acerca do filme e vi que na página da Gaiola Dourada um dos filmes que o imdb recomenda é Silver Linning Playbook e realmente é uma boa associação por parte do imdb, porque os dois filmes tem as suas parecenças e o resultado final, em mim, foi praticamente o mesmo, um grande sorriso no final do filme.